Impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de nomear Alexandre Ramagem para a diretoria geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira (4) o delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo. Visto como braço direito de Ramagem, Souza ocupava a posição de secretário de Gestão e Planejamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que detinha a convite do colega diretor da Abin.
A nomeação vem cinco dias depois da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de suspender a nomeação de Ramagem e vem dar um novo capítulo para a polêmica em torno da substituição de Mauricio Valeixo, que culminou na demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Valeixo tinha a confiança do ex-ministro e sua substituição foi vista como uma forma do presidente interferir em investigações sobre seus filhos. Essa versão foi negada pelo presidente, apesar dele ter assumido que queria receber informações privilegiadas sobre investigações. Ramagem, o indicado para herdar o cargo, é próximo da família de Bolsonaro.
Na semana passada, Bolsonaro havia dito que iria recorrer da decisão do STF de barrar a nomeação de Ramagem, o que acabou não se concretizando. Para Bolsonaro, Alexandre de Moraes tinha motivação política.
Em sua carreira na Polícia Federal, o novo diretor geral da instituição, Rolando Alexandre de Souza, também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos e passou pela Divisão de Combate a Crimes Financeiros e pela superintendência em Rondônia.