O déficit nas contas do setor público poderá chegar a R$ 700 bilhões em 2020, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Ele afirmou que, se isso acontecer, o endividamento público vai ultrapassar a marca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2019, o déficit foi de R$ 61,8 bilhões, mais de 10 vezes menor do que o projetado por Mansueto para esse ano. O secretário afirmou que em 2020 a prioridade do governo é a saúde das pessoas e diminuir os impactos causados pela pandemia do coronavírus. No entanto, ele defende que, a partir de 2021, o país deverá discutir a agenda de reformas estruturais, como a tributária.
Mansueto disse que a retomada das reformas será importante para atrair a confiança dos investidores no pagamento da dívida e gerar condições para o Brasil crescer entre 3% e 4% ao ano. Questionado sobre aumento de impostos para melhorar a receita, o secretário descartou a possibilidade, ao afirmar que a carga tributária brasileira já é alta — em torno de 33% do PIB.
Durante a reunião da Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19, o secretário do Tesouro Nacional também se posicionou contra aumentar salários dos servidores até 2021 — exceto para quem está na linha de frente de combate ao coronavírus — e tornar o auxílio emergencial de R$ 600 para informais um programa permanente.